Entrei na sala e só tinha alunos da pós graduação. Grande coisa, pensei, tem tanto professor meu que fala de palestras e só faz de conta que sabe alguma coisa mesmo. O pessoal que estava lá devia estar achando que começava a entender das coisas ,mais ou menos como eu, só que em maior escala... Cheguei a achar que conseguiria entender bem a palestra tanto era o meu engano. Sentei num bom lugar e segui falando merda com os colegas que também esperavam o início da tarefa de entender toda a apresentação sobre... Bom, não sei bem sobre o que tratava a falação do professor de uma universidade do RS...
Começou. Passaram-se alguns minutos e eu já estava olhando a minha volta se as pessoas entendiam o que o cara dizia. Ele citava uns autores conhecidos e outros que eu nunca tinha ouvido falar, mas tudo parecia não mudar: eu entendia apenas uns 20% das ligações e das explicações, parecia um chapado de éter. Era “segundo fulano”, “o pensamento de não sei quem”... Realmente fantástico ver o cara falando. Não parava nunca e eu ainda tentava entender o início de tudo...
Burro. Só pode... Mas então começou a parte de perguntas e respostas. Fizeram uma pergunta bem simples no início e o palestrante respondeu falando uns 10 minutos. Tudo bem, ele queria responder bem. Mais uma pergunta e outra resposta igual. Comecei a ficar nervoso, a objetividade tinha levado um bico na bunda e ficado chorando do lado de fora. Terceira pergunta... Resposta que não tinha respondido porra nenhuma. O final “não sei se respondi bem a tua pergunta”só veio para confirmar isso. Mas então eu entendi! A palestra funcionava da seguinte forma: um fazia que sabia o que estava fazendo, muitos faziam que entendiam e alguns percebiam o que realmente estava acontecendo, mas ficavam ali sem se manifestar...
As palestras nas universidades são realmente parecidas com o governo Yeda.