é hora de dar tchau.
um ano depois, mais maduros, doentes e EVOLUÍDOS (?), chegou a hora de MUDAR (o que é imutável hahaha NOT - péssima frase aliás, abraços). nos ESTAFAMOS do fundo preto, da palavra """""subversão""""" (abraços, haubrich) e do blogspot nada funcional.
DE TAL FORMA, nos mudamos para o wordpress, levando toda nossa GINGA para lá. o amarelo tráfico, mais organizado, definido, bonito, gostoso e SENSUAL, agora (não exatamente AGORA, já que nosso servidor só ATRAVANCA nosso caminho) trará reportagens DE VERDADE, entrevistas, fotografia, opinião, cultura, enfim, toda a EFERVESCÊNCIA do SUBMUNDO chinelão, esse safado. e o melhor: COLABORADORES.
queria ter escrito algo mais bonito, tocante e EMOTIVO, mas que se dane. foi legal, mas deixo o saudosismo para o futuro. e eu sempre choro em despedidas =~~~~ (mentira)
enfim, se liga lá:
WWW.AMARELOTRAFICO.COM
abraços,
thom, o pinguim.
sábado, 12 de junho de 2010
terça-feira, 8 de junho de 2010
o jornalismo é um mito
putaquepariu, sempre tem um jornalista chato pra ficar se levando a sério:
"(1) é impossível discutir a existência de um jornalismo que seja caracterizado como ALTERNATIVO enquanto questão da LINGUAGEM não for colocada em jogo.
se a matéria prima do jornalismo é o MUNDO e sua substância é o TEXTO, é no aspecto da FORMA que está o pulo do gato.
o jornalismo, antes de mais nada, é linguagem. uma mudança na linguagem jornalística não diz respeito apenas maneira como ele é escrito. o novo jornalismo fez isso há CINQUENTA ANOS e tudo que conseguiu foi que qualquer reportagem que não trate de """""assuntos sérios e relevantes"""""" seja escrita em forma de conto. a renovação formal do novo jornalismo deixou brecha para ser instrumentalizada pela grande mídia. este não é o caminho.
a linguagem engloba não apenas a maneira como o texto é escrito, mas também a forma que o jornalismo é encarado. a linguagem jornalística deve ser elaborada desde o princípio, da reflexão pessoal que continuará na hora da entrevista ou da apuração dos dados e finalmente no texto em si. é todo o processo que determina a linguagem como produto final, não apenas uma maquiagem """"""subversiva"""" do texto.
escrever sobre subversão com a linguagem da zero hora já condena o texto ao ostracismo na primeira frase. naturaliza a subversão transformando-a em produto de rebeldia juvenil, um fetiche da hegemonia.
(2) a internet não é só uma maneira de fazer acessível os textos que escrevemos, mas sim o verdadeiro estopim para a revolução do jornalismo alternativo.
a internet PULVERIZOU o grande público, MINOU a ideia de concessão formal e ESCANTEOU o aspecto econômico da comunicação.
não existe mais o fantasma do grande público a assombrar o jornalismo. não é mais necessário um primeiro olhar do jornalista a respeito de quem lê o que ele escreve e a quem interessam suas palavras. o texto na internet é um objeto de constante visualização e em eterno movimento. se o espaço em que está publicado é conhecido, será lido por quem o quer ler. o escritor não mais escreve pelo público, mas o público que lê pelo escritor.
no momento em que não mais existe um grande público a ser alcançado, qualquer concessão formal em nome de uma comunicação mais ampla torna o texto retrógrado e imbecil. o texto deve ser livre, e mais, deve por princípio instalar uma nova linguagem que se oponha frontalmente ao que é publicado fora da internet e aos meios de comunicação tradicional.
o jornalismo sempre foi praticado como uma atividade econômica justamente para não criar vínculos com qualquer tipo de poder instituído, porém acabou refém de sua própria independência, o mercado. com o surgimento da internet, a necessidade de capital para continuar com a atividade jornalística se extinguiu, de maneira que é possível praticar a função sem se dobrar àqueles que depositam o suborno no fim do mês.
morrer de fome sim, esse é o caminho."
"(1) é impossível discutir a existência de um jornalismo que seja caracterizado como ALTERNATIVO enquanto questão da LINGUAGEM não for colocada em jogo.
se a matéria prima do jornalismo é o MUNDO e sua substância é o TEXTO, é no aspecto da FORMA que está o pulo do gato.
o jornalismo, antes de mais nada, é linguagem. uma mudança na linguagem jornalística não diz respeito apenas maneira como ele é escrito. o novo jornalismo fez isso há CINQUENTA ANOS e tudo que conseguiu foi que qualquer reportagem que não trate de """""assuntos sérios e relevantes"""""" seja escrita em forma de conto. a renovação formal do novo jornalismo deixou brecha para ser instrumentalizada pela grande mídia. este não é o caminho.
a linguagem engloba não apenas a maneira como o texto é escrito, mas também a forma que o jornalismo é encarado. a linguagem jornalística deve ser elaborada desde o princípio, da reflexão pessoal que continuará na hora da entrevista ou da apuração dos dados e finalmente no texto em si. é todo o processo que determina a linguagem como produto final, não apenas uma maquiagem """"""subversiva"""" do texto.
escrever sobre subversão com a linguagem da zero hora já condena o texto ao ostracismo na primeira frase. naturaliza a subversão transformando-a em produto de rebeldia juvenil, um fetiche da hegemonia.
(2) a internet não é só uma maneira de fazer acessível os textos que escrevemos, mas sim o verdadeiro estopim para a revolução do jornalismo alternativo.
a internet PULVERIZOU o grande público, MINOU a ideia de concessão formal e ESCANTEOU o aspecto econômico da comunicação.
não existe mais o fantasma do grande público a assombrar o jornalismo. não é mais necessário um primeiro olhar do jornalista a respeito de quem lê o que ele escreve e a quem interessam suas palavras. o texto na internet é um objeto de constante visualização e em eterno movimento. se o espaço em que está publicado é conhecido, será lido por quem o quer ler. o escritor não mais escreve pelo público, mas o público que lê pelo escritor.
no momento em que não mais existe um grande público a ser alcançado, qualquer concessão formal em nome de uma comunicação mais ampla torna o texto retrógrado e imbecil. o texto deve ser livre, e mais, deve por princípio instalar uma nova linguagem que se oponha frontalmente ao que é publicado fora da internet e aos meios de comunicação tradicional.
o jornalismo sempre foi praticado como uma atividade econômica justamente para não criar vínculos com qualquer tipo de poder instituído, porém acabou refém de sua própria independência, o mercado. com o surgimento da internet, a necessidade de capital para continuar com a atividade jornalística se extinguiu, de maneira que é possível praticar a função sem se dobrar àqueles que depositam o suborno no fim do mês.
morrer de fome sim, esse é o caminho."
segunda-feira, 31 de maio de 2010
dois trabalhos.
Dois nordestionos. Um é cowboy.
Uma velhinha encurvada tem dificuldade de abrir sua barrinha de cereal contemporânea recupera-se do incômodo causado pelo guri de cabelos compridos sem vergonha que sugeriu a escada rolante.
Lá vai a tiazinha. Vózinha. Quase caiu. Saiu rapidinho. Com a bengala tateando. Teteando?
Ficaram os nordestinos. Tiram fotos posadas quase sexualmente dentro do trem. Parecem estar a passeio. Mas será que vieram em busca de trabalho?
Aqui não tem. Quem tem dois é o obreiro da quadra de basquete da Fabico.
Tem Home Theater, telona, casa própria. E trabalha na obra do estudo do solo do lado da escola Técnica. E na Vila Cruzeiro.
Luan, ou Thomas (apelido por causa do filme da Serra Elétrica), trabalha com bolinhas. De pó, maconha e pedra.
Às vezes dá 10 mil de lucro. Com 19 anos. Seu irmão trabalha como torneiro e o convidou para trabalhar na empresa em que ganha seu dinheiro.
Aceitou. Ainda mais que agora não precisa mais vender "salgados". Só agencia.
O guri é inteligente. Estudou até o segundo ano. Tem boa retórica e achava legal estudar. E fumar um antes da aula. Ou depois do trabalho. Até me convidou pra atividade, a qual aceitei prontamente.
Os ESTADOS ALTERADOS DE CONSCIÊNCIA aumentam. Falei sobre as dificuldades e erros da universidade. Não há espaço para experimentações. "Faça igual aos padrões da grande imprensa, mesmo ela sendo uma merda", grita a instituição UNIVERSIDADE para mim, enquanto os sussuros exaltados de "isso que se faz na grande mídia é uma merda, não é jornalismo, precisamos de um jornalismo verdadeiro, jornalista era de esquerda e ia pra rua fazer as reportagens, jornalismo é SUBVERSÃO..." do professor Ungaretti são seguidos por um grupo pequeno do corpo discente/doscente/que sente/não sente.
E ele entendeu. O Luan. O Thomas. Concordou que mesmo assim a universidade é importante por UNIR vagabundos que reclamam dos ensinamentos técnicos por preguiça/inconformidade/ócio.
Duas pontas e goles de ceva em copos de plástico.
ENCHAME.
Uma velhinha encurvada tem dificuldade de abrir sua barrinha de cereal contemporânea recupera-se do incômodo causado pelo guri de cabelos compridos sem vergonha que sugeriu a escada rolante.
Lá vai a tiazinha. Vózinha. Quase caiu. Saiu rapidinho. Com a bengala tateando. Teteando?
Ficaram os nordestinos. Tiram fotos posadas quase sexualmente dentro do trem. Parecem estar a passeio. Mas será que vieram em busca de trabalho?
Aqui não tem. Quem tem dois é o obreiro da quadra de basquete da Fabico.
Tem Home Theater, telona, casa própria. E trabalha na obra do estudo do solo do lado da escola Técnica. E na Vila Cruzeiro.
Luan, ou Thomas (apelido por causa do filme da Serra Elétrica), trabalha com bolinhas. De pó, maconha e pedra.
Às vezes dá 10 mil de lucro. Com 19 anos. Seu irmão trabalha como torneiro e o convidou para trabalhar na empresa em que ganha seu dinheiro.
Aceitou. Ainda mais que agora não precisa mais vender "salgados". Só agencia.
O guri é inteligente. Estudou até o segundo ano. Tem boa retórica e achava legal estudar. E fumar um antes da aula. Ou depois do trabalho. Até me convidou pra atividade, a qual aceitei prontamente.
Os ESTADOS ALTERADOS DE CONSCIÊNCIA aumentam. Falei sobre as dificuldades e erros da universidade. Não há espaço para experimentações. "Faça igual aos padrões da grande imprensa, mesmo ela sendo uma merda", grita a instituição UNIVERSIDADE para mim, enquanto os sussuros exaltados de "isso que se faz na grande mídia é uma merda, não é jornalismo, precisamos de um jornalismo verdadeiro, jornalista era de esquerda e ia pra rua fazer as reportagens, jornalismo é SUBVERSÃO..." do professor Ungaretti são seguidos por um grupo pequeno do corpo discente/doscente/que sente/não sente.
E ele entendeu. O Luan. O Thomas. Concordou que mesmo assim a universidade é importante por UNIR vagabundos que reclamam dos ensinamentos técnicos por preguiça/inconformidade/ócio.
Duas pontas e goles de ceva em copos de plástico.
ENCHAME.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Forrest Gump não morreu
ele apenas envelheceu
Sempre quis ser velho. Não só pelo fato óbvio de ficar velho significar que você não morreu antes do tempo – embora seja uma ÓTIMA justificativa - mas porque sempre quis ter bigodes, usar colete, fumar charuto ou jogar bocha, essas coisas que fazem você ser EXECRADO pela sociedade caso não ostente uma vasta cabeleira branca ou algum outro sinal de que já se encaminha para o final de sua vida.
Porém, nada disso é tão SENIL e me desperta tanto interesse quanto contar histórias a desconhecidos. Não sei que fenômeno é esse, mas parece que é só a pessoa atingir a idade para tomar a vacina da gripe de graça que, inconscientemente, desperta um FORREST GUMP dentro dela. Já nem sei mais quantas vezes ouvi sobre o barulho feito pela primeira égua que meu pai teve na infância, ou sobre a cadeia hierárquica das câmeras fotográficas antigas do senhor jornalista que compartilha o mesmo bar de estimação comigo – quase sempre bêbado, o que acentua a sua PROLIXIDADE.
Mas o paraíso desse complexo de SHERAZADE é mesmo a PRAÇA. Entre uma partida de dominó e um chimarrão, é ali que a humanidade sacia sua vontade de falar. Acabo sempre sentado em algum banco no centro, esperando que alguém com idade para ser meu pai venha falar comigo. Sempre com os fones nos ouvidos, óbvio, pra me fazer de difícil. Só gosto de ouvir quem quer MUITO falar, mesmo que tenha que superar os OBSTÁCULOS causados pela juventude, essa safada.
Mais ou menos como esse senhor, Osvaldo, que já sentou ao meu lado me xingando. Demorei a entender o que se passava, com o volume alto do Local Natives – melhor banda – me privando da audição. “No meu tempo as pessoas conversavam, não ficavam ouvindo música”. INTIMADO de tal forma, desliguei o mp3 e comecei a DIALOGAR com ele, tudo o que eu queria – e ele também, acho.
Porém, nada disso é tão SENIL e me desperta tanto interesse quanto contar histórias a desconhecidos. Não sei que fenômeno é esse, mas parece que é só a pessoa atingir a idade para tomar a vacina da gripe de graça que, inconscientemente, desperta um FORREST GUMP dentro dela. Já nem sei mais quantas vezes ouvi sobre o barulho feito pela primeira égua que meu pai teve na infância, ou sobre a cadeia hierárquica das câmeras fotográficas antigas do senhor jornalista que compartilha o mesmo bar de estimação comigo – quase sempre bêbado, o que acentua a sua PROLIXIDADE.
Mas o paraíso desse complexo de SHERAZADE é mesmo a PRAÇA. Entre uma partida de dominó e um chimarrão, é ali que a humanidade sacia sua vontade de falar. Acabo sempre sentado em algum banco no centro, esperando que alguém com idade para ser meu pai venha falar comigo. Sempre com os fones nos ouvidos, óbvio, pra me fazer de difícil. Só gosto de ouvir quem quer MUITO falar, mesmo que tenha que superar os OBSTÁCULOS causados pela juventude, essa safada.
Mais ou menos como esse senhor, Osvaldo, que já sentou ao meu lado me xingando. Demorei a entender o que se passava, com o volume alto do Local Natives – melhor banda – me privando da audição. “No meu tempo as pessoas conversavam, não ficavam ouvindo música”. INTIMADO de tal forma, desliguei o mp3 e comecei a DIALOGAR com ele, tudo o que eu queria – e ele também, acho.
Não deu cinco minutos e aquela figura PITORESCA, de chapéu panamá, mala de viagem e POCHETE, já tinha me contado tudo sobre como as MODERNIDADES destruíram o mundo perfeito. O trânsito caótico, a antipatia das pessoas, o tempo corrido, a venda de jogadores e mais alguma coisa envolvendo MULHERES - que eu não entendi muito bem e fiquei com vergonha de perguntar – despertavam a tristeza no coração que batia por trás daquela PORPENTOSA barriga. Só a Previdência não foi DILACERADA naquela tarde: “Sempre sonhei receber sem precisar fazer nada”, disse rindo.
Mas nada ARDE mais nas lembranças de seu Osvaldo que o carnaval. FOLIÃO mais ou menos desde o nascimento de Jesus Cristo, acabou largando o hábito no século XXI. “Hoje em dia carnaval em Porto Alegre é só desfile de carro e meia-dúzia de gente empacotada caminhando. Não sei que graça essa gente vê nisso.”
Graça seu Osvaldo via mesmo era no carnaval-arte das TRIBOS – ele ainda se diz um COMANCHE – aos poucos destruído pelo carnaval-de-resultados das Escolas de Samba, a pior relação gaúcha com o Rio de Janeiro desde a ida de BRIZOLA para a terra do Pão de Açúcar, segundo ele, que, pra piorar, lamenta ter feito parte das duas.
Não lembro bem dos DETALHES, expelidos pelo meu amigo de banco de praça de forma ASSUSTADORA – a idade deve fazer bem pra memória também – mas seu Osvaldo jura ser responsável DIRETO pelos títulos da FINADA Trevo de Ouro, escola de samba do Centro de Porto Alegre, na década de 60. Diz ele ter sido o criador dos sambas que levaram a cidade ao completo ÊXTASE naqueles dias, e que garantiram as TAÇAS para a escola. Fui, inclusive, BRINDADO com alguns trechos das músicas, que falavam sobre revistas, Espanha e Zumbi dos Palmares – não juntas, necessariamente – e que colaboraram para o ENRAIZAMENTO de tal tipo de AGREMIAÇÃO em nossa PROVÍNCIA.
Em tão nobre ESTABELECIMENTO, seu Osvaldo afirma ter conhecido ALCEU COLLARES, grande BALUARTE da Trevo, que se tornou seu grande amigo. Tanto que o levava a encontros CONFIDENCIAIS com Leonel Brizola, então governador deste estado, num dos quais teria pedido a opinião dos dois sobre a sua vontade de MIGRAR para a GUANABARA. “Deveria ter acorrentado ele ali mesmo e não deixado sair nunca”, me contava o amargurado sambista.
Depois, nos anos 80, já DESILUDIDO com o samba e as FESTAS POPULARES, trabalhou para eleger seu amigo prefeito e, mais tarde, governador. “Sempre quis ver um NEGRÃO no poder, ainda mais um que fosse meu amigo!” Ganhou inclusive algum cargo relativamente grande e de nome díficil nas administrações, que eu não lembro mais. Mas, com o tempo, se afastou do ex-governador. “O problema era a Neuza”, diz ele. Ficou sem emprego, não tinha família e gastou quase todas ECONOMIAS em bebida nos bares do centro. O resto desperdiçou.
Agora sai por aí, com uma mala nas costas, vendendo MUAMBAS trazidas do Paraguai. Quando o meu amigo Rodrigo Ferreira, meu FOTÓGRAFO de plantão – já que eu não tenho habilidade ALGUMA – que havia chegado em algum momento da conversa que eu não sei PRECISAR, pediu para tirar uma foto dele, fez-se o caos. Levantou, saiu correndo e nem se DESPEDIU – o que não impediu nosso VIVAZ amigo de CAPTURAR a imagem de seu Osvaldo.
Depois, EMBASBACADO, cheguei em casa e, movido pelo ÍMPETO jovem, joguei tudo no GOOGLE. Não existe registro nenhum de algum OSVALDO na vida de Collares, da Trevo de Ouro e nem na composição dos sambas CAMPEÕES. Mas também, que se dane. Certas histórias não precisam ser VERDADEIRAS para serem REAIS. Quando eu envelhecer, já sei, quero ser mais um Osvaldo.
(texto a ser publicado no jornal 3x4 da fabico - se fosse EXCLUSIVAMENTE pra cá, seria bem diferente aka MELHOR)
postado por daroit (que perdeu a conta no blogger e está SEM SACO pra refazer)
segunda-feira, 24 de maio de 2010
domingo, 9 de maio de 2010
HELL ON HELLAS
coisa linda isso que tá rolando na grécia né? isso é pra calar a boca desse povinho metido a europeu, que fica ESCULHAMBANDO com o brasil, bem naquela ideia BESTA de que moramos aqui só por que não dá pra morar fora. olha meus queridos, prefiro me FUDER no brasil, mas pelo menos ser fudido por mim mesmo (o que abre a possibilidade de um dia deixar de me fuder), do que ficar com peso na consciência de estar fudendo com os meus priminhos mais vagabundos, ou pior, SER FUDIDO PELO PRIMO RICO.
e olha que a gente esteve bem pertinho. alguém ai ouviu ALCA? um salve pro sapo barbudo que nos salvou dessa que o boca mole cuzão tava preparando pra gente. mas esqueçamos do brasil, olhemos para o futuro, olhemos para a evolução política/econômica/social. olhemos para a EUROPA.
a própria ideia da união européia traz nela mesma a sua DERROCADA. claro que o plano do euro no papel é perfeito. perfeito pros RICOS, como a alemanha e a frança que tem a sua economia estável e não precisam se utilizar de variações cambiais para promover competição interna ou estabilizar a economia. agora aplica isso ai na grécia, país POBRE PORÉM LIMPINHO; vai tomar toda a dor de se meter com aqueles primos ricos, que te prometem um emprego na diretoria da empresa deles, mas no primeiro dia que tu aparece com teu TERNINHO DESBOTADO eles já perguntam cade o ARMANI. e quando tu responde que não tem grana pra comprar, ele te fazem um plano de ajuda onde todos os teus salários dos próximos SEIS MESES serão destinados a compra do bagule. MASSA NÉ?
e tem mais gente no caminho. a grécia tudo bem, ninguém lembra dela mesmo a não ser nas aulas de FILOSOFIA ou nas FÉRIAS de verão, mas me responde o que vai SUCEDER quando a ESPANHA entrar no rolo? e portugal? não querendo botar os BOIS NA FRENTE DA CARRETA, mas a última vez que a europa teve uma dessas CRISES FDP, a primeira medida a ser tomada foi? VAMOS NOS UNIR, POVO ________(insira nacionalidade de sua escolha)!! A CRISE É FORTE, MAS UNIDOS VENCEREMOS ESSA AMEAÇA (vermelha, na época)! opa opa. tá certo que GATO ESCALDADO TEM MEDO DE ÁGUA FRIA, mas o nacionalismo tá ai! é só um louco com as bases na retórica subir num palanque pra convencer os VINTE POR CENTO de desempregados da espanha, que quem tá tirando o emprego deles são os imigrantes, dai já viu né. e todo mundo sabe muito que a XENOFOBIA na europa não é mito coisa nenhuma.
mas então, totalmente do nada, surge aquele termo na equação que ninguém esperava pra botar tudo em perspectiva: A LOUCURA DO POVO GREGO.
aquela antiga questão da passividade popular enquanto a putaria rolava solta por debaixo dos panos, com os especuladores, banqueiros e a própria classe política do país jogando a bomba encomendada por ELES MESMOS em cima do povo, agora virou um caso de DESOBEDIÊNCIA CIVIL AGUDA. crise financeira tem todo ano. o sistema econômico é baseado nessa IDIOTICE de especulação e blablabla, portanto as crises são inevitáveis. MAS, o que me causa ficar QUEIMANDO meu tempo de cerveja nessas linhas é justamente a questão POVO MOSTRANDO QUE EXISTE. já passou muito tempo, mais ou menos desde que a direita conseguiu provar pra todo mundo que a POLÍTICA MORREU, que as decisões só passam pelo CRIVO dos ALTOS POSTOS, sem nem mesmo a possibilidade do CRIME que seria uma consulta popular sobre os destinos de algo tão PRIVADO quanto o DINHEIRO PÚBLICO.
qualquer tipo de manifestação dessa magnitude fortalece a presença popular, tanto no seu próprio país mas também pro mundo todo, por que apesar dos ESFORÇOS MAGNÂNIMOS da mídia em esconder esse tipo de COISA AFUDE, a putaria tá rolando NO CENTRO DA EUROPA. o presidente ou EQUIVALENTE da grécia pede calma aos cidadãos, por que a EUROPA tá de olho, e eles podem sofrer as consequencias mais tarde. o povo ouve isso e MANDA ESSE VELHO OTÁRIO TOMAR NO CU, tocando um molotov na PORTA DO PARLAMENTO. não há mais espaço pra demagogia na ruas de ATENAS. a juventude grega, que já é louca por ser grega e metida a rebelde por ser jovem, tá com contas a acertar desde 2008, quando um gurizão foi ASSASSINADO pela polícia num desses protestos. e ainda criticam a gurizada, alegando que os ANARQUISTAS estão usando os protestos para os seus propósitos. MAS É CLARO, o povo tá na rua, aproveita e muda tudo. é que nem o De Gaulle em maio de 68, apavorado com a juventude francesa: "mas como eles querem mudar TUDO?? e ao mesmo tempo!!". coitado do De Gaulle, ele não entendeu nada. É CLARO que tem que mudar tudo, e ao mesmo tempo.
o único problema, e me desculpem imensamente aqui pelo CORRETISMO que essa frase pode carregar em seu ÂMAGO, é a violência que deixa de ser RITUAL E SIMBÓLICA e se transforma em REAL. morreram três essa semana, que eu acho que não tinham grandes coisas a ver com a parada. e os HOMENS DA LEI também têm se fudido BONITO. tá certo que eles são a representação FÍSICA dessa """"AUSTERIDADE"""" que assola a acrópole, mas eles também vão tomar no cu com os salários e a aposentadoria. vai ver que sou meio BICHA DEMAIS pra ir pra rua queimar carros e bater em brigadiano. fico com as palavras de apoio.
dêem uma olhada e tirem suas conclusões:
segunda-feira, 26 de abril de 2010
ócio, sombrinhas, pedreiros, clichês. nada de novo.
Outra saída. Buteco da Vila Planetário.
15:30. Falta de trabalho. Saí para acompanhar uma sessão de fotos sem pretensão. Era o gasto do resto do filme.
O primeiro destino era um evento patrocinado pela Red Bull no Planetário do lado do campus. Só para universitários, energético liberado, dj, caixas, equipamentos, avião de controle remoto para quem quisesse brincar. O pagamento era aparecer nas propagandas posteriores. Uma pauta que considero pelo menos sem graça: estudantes tomando energético conversando sobre aviões ficando ligados no que acontece aos redores da faculdade e participam do evento do momento e batem palmas enquanto suas aulas acontecem ou não no campus ao lado. Não me atrai.
Segue o percurso. A vila Planetário é ali do lado. Medo, receio, tensão? Pssss... Acho que agora vão começar as fotos de verdade. Mas... não. As fotos não são minhas, e não vão ser, estava sem câmera. Quem sabe uma foto da borracharia? Não...
Chegamos à Ipiranga. "Vamos atravessar a ponte, quem sabe tem algo lá". Tudo pacato. Os três fumantes de crack usavam uma sombrinha para tapar a chuva, o vento, os olhares e manter o fogo aceso. Voltei e olhei pra eles. me viram. eu vi. sugeri as fotos. não deu certo. Era perigoso, imagina se os caras não gostam e vem nos matar. Um flanelinha de sinaleira (?!) nos chama e manda esperarmos. Fiquei esperando. Mas abriu a sinaleira e ele não consegue chegar até mim. Não ouve nada, então sigo a caminhada.
Do outro lado do corrego, a foto é feita. Não apoiei. Acho estranho fazer isso escondido. Ou chato. Ou errado. A foto não seria publicada nos jornais como os jornais fazem, mantendo o padrão de suas fotos posadas de quem tem pose e espontâneas/escondidas/discretas/reveladoras de quem é problema.
E o posto da polícia era do mesmo lado do corrego onde foi feita a foto. E a polícia passou por mim na volta. E eu fiquei me perguntando se deveria denunciar. Me disseram que isso não ia mudar nada.
O que adianta? E voltam os clichês, as maiores verdades da humanidade.
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