tá nublado e prestes a chover. pra variar, eu to de ressaca e com uma pilha de atividades para realizar, sendo a mais notória delas um fichamento de um livro chamado o terceiro olho, que teoriza um filme do glauber rocha, idade da terra.
se o filme, por si só, já é praticamente incompreensível, imagina então um livro escrito por um cara de nível acadêmico altíssimo cujo único propósito é uma masturbação intelectual eterna. eu fico pensando como essa gente consegue achar tantos conceitos fundamentais para a compreensão total de uma obra de ficção. não posso deixar de achar que grande parte do embasamento teórico que é destilado nessas páginas não passa de pura especulação intelectual fajuta (começou a chover valendo), elaborada apenas para, ou alcançar um grau de formação superior, ou para encher o tempo de bolsistas de iniciação científica, como eu, que não tem o que fazer nas férias prolongadas proporcionadas pela nossa querida universidade.
mas deixando a prolixidade um pouco de lado (é difícil, mas vou tentar) o que eu quero dizer é que eu estou de luto, pois o john hughes morreu. pra quem não sabe (sacrilégio!!!) john hughes foi o diretor de clube dos cinco, curtindo a vida adoidado, garota rosa shocking, gatinhas e gatões, mulher nota 1000 entre outros. o rei da sessão da tarde. morreu ontem, em manhattan, de ataque do coração creio eu.
seguindo o exemplo do nick hornby em alta fidelidade, onde ele se questiona se sua vida é como é por causa da música pop, eu me pergunto o quanto da minha personalidade, fundada em grande parte na minha não tão distante adolescência, deve às milhares de horas que passei assistindo aos filmes desse cara. eu já fui em centenas de situações da minha vida personagens johnhughesianos, em todos os sentidos, e sempre agi como tais, mesmo que inconscientemente, o que sempre resultou em rajadas inimagináveis. o único que eu nunca fui foi o ferris bueller, provavelmente o personagem mais afude da história do cinema, talvez por que dentre os tipos presentes na sua filmografia, ferris é o mais irreal de todos e também a utopia personificada de qualquer guri de 17 anos. mas agora eu cheguei a uma conclusão: acho que eu vivo a minha vida em função de tentar ser o ferris bueller, mas a vida não é um filme do john hughes. bem que poderia ser na verdade.
Clube dos cinco mudou minha vida.
ResponderExcluirE don't you forget about me foi trilha sonora dos meus momentos de depressão por uns 3 anos.
Realmente espero que esse cara esteja num lugar melhor.
"masturbação intelectual eterna." depois me criticam por eu reclamar de minhas aulas de filosofia...usarei esta frase agora pra justificar.
ResponderExcluirMuito bom o tempo fazendo analogia entre filmes e a vida real.
quem escreveu este texto?