quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Fórum Social Mundial. Quarta, legalização e economia solidária.


Nem sabia a programação do Acampamento Intercontinental da Juventude nessa quarta, mas parti pra lá do mesmo jeito. Viagem tranquila com ares de interior. A Lomba Grande ia se tornando mais agradável a cada quilômetro. E logo vi a placa colorida e de boa espiritualidade indicando o caminho do acampamento. Nessa parte do percurso, já se começa a ver os andarilhos no rumo de conhecimento, boas conversas, vibe incrível e música de qualidade.

Cheguei e fui procurando o que assistir. Percebi umas palmas numa das barracas e fui conferir o que acontecia. Era uma discussão aberta sobre a legalização da maconha. O tema reuniu muita gente e rendeu ótimos argumentos pra tornar realidade o que, aparentemente, todos ali queriam.

Saí da discussão pensando que a legalização depende de coragem, organização e conscientização. Apoio a marcha, é ela que vai mostrar a cara do maconheiro. Apoio a plantação caseira, mas não é de um dia pro outro que cada maconheiro vai conseguir tudo que quer só com sua plantinha em casa, o governo vai ter que dar um jeito pro tráfico não continuar existindo em uma possível legalização. E o maconheiro tem que se ligar que a legalização pode causar o uso de terra fértil para o plantio da erva.

Depois do papo sério, o pessoal todo saiu pra uma marcha no acampamento. Cantando, batucando, rindo. Pessoas que não estavam na discussão aderiram à caminhada e ao fumo. E nem sei como acabou... A fome.

Experimentei um salgadinho de gergelim muito bom. Recomendo para laricas. Procurei algo mais e comi numa tenda indiana. Não tinha caneca (até agora não paguei os 20 reais pra ganhar uma credencial, caneca, bolsa...), mas logo consegui uma linda caneca rosa pra me ajudar com o suco de melancia que acompanhava o... não lembro o nome, só lembro que era uma massa semelhante a de tacos mexicanos com vegetais apimentados dentro. Será que as culinárias indiana e mexicana tem parentesco? E viva a larica!

Uma meia hora depois, descobri que um tal de Paul Singer (que fiquei sabendo depois, é Secretário Nacional da Economia Solidária) iria falar. Fui prestigiar. Descobri que muitos países já estão praticando a economia solidária. Trocas, empréstimos, doações, trabalhos sociais, associaçoes, cooperativas... O entusiasmo deu umas batidinhas na minha cabeça. Existe gente fazendo algo diferente.

Na mesma discussão, um afiliado a uma cooperativa de tênis deu seu relato. Uns franceses descobriram a marca e resolveram ajudar. A cooperativa passou a fabricar os sapatos franceses e mandar para a França. Me lembrei um pouco do que a Nike faz pelo mundo. Me forço a acreditar que esses dois fatos não estão tão próximos como a minha mente desconfiada pensou hoje durente a tarde.

Mas quando eu acreditava que havia uma saída, Olivier Bonford (um cara que faz parte do Comitê de Cancelamento da Dívida do Terceiro Mundo) veio dar sua opinião na mesma questão. Só falou do capitalismo destruidor e tudo mais. Utópico.
Prefiro procurar saídas. E não trocas drásticas.

Vi os rituais que tomavam seguimento e a tenda de trocas solidárias e vim pra casa.

Belo dia. Quero fórum todos os anos.

Mais fotos em: http://www.flickr.com/photos/arruda_mario

3 comentários:

  1. ai mariôôÔÔ

    "entusiasmo deu umas batidinhas na minha cabeça. Existe gente fazendo algo diferente."

    ou eu sou uma boba, ou tu descreveu tudo duma maneira mt gostosa de ler e de se imaginar lá.

    me arrepiei lendo, sempre acampei nos que tiveram, entendo o que tu vê.

    tu é lindo por dentro e por fora mário.

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  2. eu não precisaria comentar nada e continuar simplesmente te observando de longe com as sobrancelhas enclinadas. só quis fazer diferente dessa vez, dar um pouco de mim e te fazer descobrir (ou quase) minha existência. as motivações, ou melhor, o que te faz ter importância, são coisas desconhecidas até pra mim. só gosto. então, viva esse pequeno ato de expressão temperada com vergonha!

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  3. tá escrevendo melhor, mario, gostei de ver.

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