sexta-feira, 28 de agosto de 2009

80, 90, 2000. 70!


Crying Lightninig, o primeiro single do disco Humbug dos Arctic Monkeys, vazou na internet há alguns meses e logo fui averiguar qual era a da nova vibe dos caras. Achei foda, era algo mais sombrio, caótico e sério. Tudo bem longe daquilo que rolou nos primeiros discos da banda.

Tudo bem, como um fã das primeiras produções, eu tinha à primeira vista aprovado a produção do vocalista do Queens of the Stone Age, Josh Homme, e do produtor que já havia trabalhado com os macacos no Favourite Worst Nighmare, James Ford. Mas ainda faltava ouvir o resto do disco. Logo consegui mais três músicas e foi aí que fiquei um pouco em dúvida se tinha gostado do que ouvia. Achei cafona. Cornerstone me pareceu um country feito por uma banda de rock com novas influências de bandas psicodélicas. Secret Door parecia um aviso aos fãs que a banda não ia mais parecer uma reunião de anfetaminados tocando para deixar quem assistia da mesma forma.
Mas o disco ainda não havia chegado. Ouvir músicas soltas está bem longe de entender uma obra.

Só baixei o disco completo por volta de um mês antes do lançamento oficial (viva a internet!), tão grande foi o baque da mudança brusca na sonoridade dos Arctic Monkeys. Fiquei uma semana escutando e tentando entender a coisa toda. Comecei a catar influências e entender sonoridades. Mas ainda me faltava algo.

Tinha sido um dia interessante, entorpecentes leves ocupavam o meu sangue e a minha conduta e aí talvez alcancei o que os ingleses de Sheffield pensavam na composição de Humbug. O hype cominha para uma tendência noventista na sonoridade das bandas, depois dos anos 80 terem tido o seu espaço nos anos 2000. Os caras parecem ter voltado no tempo e feito tudo à base de um pensamento setentista regado a psicodelia, timbres mais pesados que oscilam com pianos bem colocados e um clima caótico por trás de tudo isso.

Um disco que para ser entendido merece a abertura de portas.

Downloads:

Torrent




* O Amarelo Tráfico começará a tratar de música e cultura em geral a partir de agora. Sempre com um foco mais pessoal e verdadeiro, sem seriedade ou falsa análise. Resenhas? Procure sites sérios.

Um comentário:

  1. doors of perception?

    nunca analisei a obra dos caras tão a fundo, pq nem curto muito. mas teu texto tá foda. e é bom que esse tipo de assunto tb seja valorizado; não é só política ou outros assuntos polêmicos que merecem destaque. talvez, se as pessoas começassem a prestar mais atenção na música e sonoridades em geral que nos rodeiam, todo o resto se ajeitaria..

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