quinta-feira, 22 de abril de 2010

AMARELO TRÁFICO VAI AO TEATRO


mas senta no corredor.

com a equipe de reportagens quase completa, o antes saudoso coletivo de vagabundos e chinelões e agora pretenso coletivo de vagabundos e chinelões que querem se levar a sério AMARELO TRÁFICO, deu as caras lá pelas bandas da ipiranga para averiguar de perto se a nova mania da província de são pedro, a banda APANHADOR SÓ, justificava o BUZZ que têm causado pelos twitters orkuts facebooks da vida. que o disco é muito bom nem preciso falar; se não fosse, não teríamos nos prestado a caminhar pelas cabreiras vielas que assombram nossa cidade no cair da noite. mas como dizem por ai, e eu concordo plenamente, QUERO VER SE É BEM ASSIM AO VIVO. e já adianto que é.

não quero me deter muito neste texto, até por que corre na boca pequena que essa banda ainda tem contas a acertar com os membros desse coletivo num frente-a-frente regado a cerveja barata no bambus, mas também não posso perder o calor dos acontecimentos para registrar uma meia-dúzia de pensamentos.

o fato de o show ter acontecido num teatro, o da renascença no caso, me causou particularmente um frio na espinha, devido a suposta insalubridade alcoólica que reinaria no ambiente. portanto, decidimos chegar uns minutinhos antes para enchermos nossos copos no boteco mais próximo (um posto ipiranga - rajada financeira em contraponto à gratuidade do evento). ao chegarmos no local do evento, claro que fomos recebidos pela horda de clones que atualmente é a cena alternativa porto-alegrense, algo que contrasta de maneira bem irônica com a heterogeneidade de estilos da linha de frente da banda em questão. entramos, e o teatro estava começando a lotar, mas não pensamos duas vezes em sentar no corredor. posso até ir ver show num teatro, mas mesmo assim vou continuar patifando.

os primeiros acordes começam a soar com as cortinas abaixadas, e quando elas sobem, a banda aparece num dos palcos mais bem trabalhados que já vi na minha vida. direção de arte do "espetáculo" merece uma referência absurda, tanto pela decoração como pela iluminação. no aspecto visual, não posso deixar de destacar também as incursões do nosso fotógrafo oficial mario arruda, que parecia uma tartaruga ao atravessar o palco de um lado ao outro abaixado com sua mochila. deu um toque de finesse a coisa toda.

em relação ao show em si, não é do meu feitio ficar jogando rosas, mas também não posso trair meu "senso jornalístico" e ficar criticando aspectos mínimos para dar uma de cool. a impressão que fiquei, e que acredito que todos os que estavam presentes também ficaram, é a de que estávamos presenciando um momento único. uma banda de altíssima qualidade, no auge da sua forma, tocando perfeitamente suas próprias composições com a grandeza de quem toca num teatro, mas com a naturalidade de quem está ensaiando na sala de casa. as músicas do disco fluíram perfeitamente, alcançando sempre o mesmo clima que cabe a cada uma delas, sem nenhum tipo de descaracteriazação. algumas, claro, funcionam melhor no disco que ao vivo, mas como era o lançamento do próprio, não poderiam faltar no set list. porém, canções que talvez não tivessem um grande destaque nos fones de ouvido, ganharam MUITO quando executadas e ouvidas em conjunto. outro destaque fica pras novas composições, só músicas afudes, o que garante a priori um baita futuro pra banda. e o cover de tom zé então, nem se fala.

não quero me alongar muito mais, até por que uma resenha mais específica está no forno. esta aqui é só pra jogar as primeiras impressões. a que fica, como eu já disse, é que me sinto privilegiado de ter estado no show desta noite. foi um breath of fresh air não apenas para o rock gaúcho, que já estava sufocando nos seus terninhos mofados, mas também para entrar com os dois pés na porta e se afirmar como uma das melhores bandas em atividade aqui no país.

paguei pau, mas to nem ai, mereceram bonito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário