segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Ponto de nulidade opinativa, nem prá lá e nem pra cá

Hoje vi na TV uma cena chocante, não pela sua circunstância, mas pela natureza mesmo. Uns presos em Santa Catarina estavam tomando uma coça bonita dos policiais e um deles teve a cabeça enfiada no vaso. Enfiar a cabeça de uma pessoa no vaso é o tipo de coisa que não só te faz entrar em pânico, mas que com certeza quebra teu espírito. Ainda não tive a infelicidade de sofrer tal tortura, mas é isso que vem na minha cabeça quando eu me coloco no lugar daquele cara. Eu imagino, se eu fosse ele, tivesse minha cabeça enfiada na privada, tivesse tomado um monte de tapas, socos, chutes, golpes com pedaços de pau e canos de borracha, como eu me sentiria quando voltasse chorando, machucado pra minha cela? Uma cela úmida, lotada, fedida, quente, o inferno bem dizendo (se você acha que uma cela é como essas de filme se engana, é um buraco que fede a mijo no meio de um corredor escuro e sem janelas). Será que eu sairia da cadeia querendo ficar de bem com a sociedade? Claro que não! Ou eu me matava ou eu matava alguém (ou alguéns). No entanto, olhando por outro lado, os caras que apanharam fizeram por merecer. Algum crime cometeram pra estar lá. Roubaram de um homem que lutou para ter seu dinheiro suado, mataram o filho estudioso de uma mãe coruja, estupraram a namorada linda e inocente de um garoto apaixonado. Todas essas pessoas também tiveram seus espíritos quebrados. Por isso a conclusão a qual chego é: a polícia e os criminosos, tanto quanto eu e você, têm suas atitudes guiadas por suas ilusões de poder. O poder flui, uma hora é seu, outra já não é. E quanto mais poder você dispõe e usa, mais pessoas poderosas vão querer tirar esse poder de você. Se usássemos nosso poder de forma sensata, sem abuso, e nos colocássemos mais nos lugares uns dos outros, não precisaríamos mais baixar a cabeça... Ou tê-la abaixada em direção a água sanitária.

Um comentário:

  1. "Se usássemos nosso poder de forma sensata, sem abuso, e nos colocássemos mais nos lugares uns dos outros, não precisaríamos mais baixar a cabeça... Ou tê-la abaixada em direção a água sanitária. "

    não tem mais nada o que dizer.

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