terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Microcosmo ferroviário
Vi uma senhora que desgostosamente estava sendo metralhada pelos pingos de chuva que passavam pela janela à sua frente. Ela, gentilmente, pediu à moça sentada no banco da frente que fechasse a janela e essa por sua vez, com um tom irritadiço, negou o pedido. Enfim a senhora no banco de trás teve que tomar chuva na cara e foi reclamando alto a viagem toda para que a da frente escutasse. Pensei: "agora nem que a moça da frente comece a se irritar com a chuva, ela não vai fechar a janela, só pra não contradizer a própria decisão e parecer fraca. No final das contas ambas vão estar infelizes e molhadas." Pude perceber também que por mais que a senhora reclamasse não podia fazer nada, pois quem tinha poder sobre a janela era a outra e sendo assim, teria de aceitar sua escolha, de bom grado ou não. Essas microrelações de poder mostram um pouco como é a sociedade. Aqueles que tem poder tomam decisões. Decisões estas que podem fazer mal até para si mesmos, mas não voltam atrás para que não percam poder. É fácil ver como alguns então apelam para a violência; violência é a única coisa que vai além do poder comum e que pode fazer com que alguém volte atrás. Tudo isso pode mudar se percebermos como o poder é momentâneo. A viagem do trem uma hora acaba e nós perdemos de qualquer forma o poder sobre a janela. É simples: as atitudes e decisões devem ser pensadas para todos, em conjunto, ou no final acabaremos todos descontentes, feridos e molhados.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Vera Lúcia, Claudir, Cyborg e os animais.
Trem. E eu com um texto sobre cyborgs. A argumentação me levava a refletir sobre a aproximação com os animais que chegam os cyborgs, os tais seres humanos fundidos com máquinas. Os tais seres humanos que costuram um computador aos seus dedos e às suas cabeças. A falta de repressão que sofrem por manter uma relação próxima à tecnologia e as possibilidades de acesso a qualquer conteúdo sem respeitar grandes padrões os torna mais instintivos. Sem repressão, sem molde.
Na segunda-feira, o glorioso escritor do Teste do Ácido do Refresco Elétrico falou sobre isso em Porto Alegre enquanto eu mudava de posição os fones nos meus ouvidos para escutar um pouco em português e um pouco em inglês a pronúncia das palavras 'Paris Hilton'. Tom Wolfe, com o seu terno branco e camisa azul: "A repressão sexual é o que nos torna humanos". Velho conservador da porra!? Mas e o que nos resta se deixarmos as crenças, os sentimentos, todos os padrões que nos reprimem de lado e viver os nossos instintos? Barbárie...
Mas e quem quer ser mais humano?
Pensamento como páginas nas mãos. Decidi anotar. De marcador de texto laranja. A mulher ao lado achou que a letra saiu bonita. É... obrigado. Achou bonita, porque não tinha uma grande familiaridade com aquela comunicação. Vera Lúcia dos Santos - passageira de trem diariamente, vendedora de panos de prato, ex moradora da sua "roça" - era analfabeta. Viajava com o marido e companheiro de vendas ambulantes, Claudir ventura, cego e analfabeto.
Vida difícil. Acontece de os passageiros do trem não cederem espaço para o seu marido sentar. Ter que vender nas ruas todos os dias é o único jeito de viver. Pelo menos não pagam o trem. Direito de ir e vir e obrigação de não poder ficar em lugar nennhum.
Animais lutam pela sua sobrevivência. Humanos lutam pela sua humanidade, pelo suas ambições, por seu conhecimento, por suas crenças. Humanos lutam. Brigam. Agridem. E são seres humanos.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Come on, who wants to come on stage?
maximo p. copacabana club. Montanha Russa
Primal Scream, belos vídeos e bom show.
(...)
O Sonic Youth e a sua onda de beleza com guitarras tinha acabado. Chuva, luz, as fotos em movimento na minha frente. Aquilo não foi um show. Foi algo maior, uma onda atingiu a todos e muitas mandíbulas inferiores não aguentaram o peso da gravidade e se renderam à verticalidade, tanta a intesidade de sentimento na conversa instrumental dos caras. O Planeta Terra de boca aberta. O festival. O planeta ficaria também. Acredito.
O palco já se preparava para aguentar o véio. Mas eu precisava de mais. Mais alucinação, mais irracionalidade - "Razão é repressão, razão é repressão!", mais cerveja cara (a porra do festival e a sua falta de doses de destilado ou cerveja barata). Fila. Pouco tempo. "Rápido, o Iggy já vai entrar". Furei fila, pedi tudo errado. Bêbado querendo ficar mais bêbado. Era o Iggy Pop! Que o bom mocismo ficasse pra depois. Pra outra vida.
00:00. Era hora! Fila. Sem tempo. Deixei o dinheiro e corri pro bom e velho passado. Pra música visceral, que vem da carne. Correria e gritaria: "foi, foi, foi!"
Os Stooges no palco. Iggy com a perna esquerda no lugar da direita, manco, velho e surpreendente. A vitalidade jorrava a cada uso do microfone e balanço do corpo.
O êxtase foi tomando conta dos cadáveres. "Let's get some helpers. Come on up here, help me sing. Come on, who wants to come on stage? Let's add some people". E agora? "Foi!" As pessoas abriam caminho, bastava dizer eu quero subir. A grade chegou muito rápido. Fiz o parto do cara da minha frente e nasci logo em seguida do melhor lado do show. Mergulhei naquela piscina de insanidade. Machucados? Que isso?!
Mas os seguranças já impediam a subida. Quem sabe levei algum soco, empurrão. Caí de cima de uma caixa de um metro e meio junto com mais umas 5 pessoas. Segurança filhodaputa! A razão já era. Chute na repressão, abraço nos amigos e beijo nA mulher que pra minha euforia decidiu cair do lado certo da cerca. "Não vamos sair!". Dança e fotos. Pulos e gritaria. Vida e sujeira. Adrenalina e aprendizado...
Saxofone e todo mundo descendo com mais uns socos e empurrões. Segue o show e as dores começam a aparecer. A perna direita deve ter quebrado, só pode. Manco, mas pulando. Eu e o Iggy. 40 anos de diferença e a vitalidade do véio me ganha nuns 100.
Pausa e volta. The passanger e Lust for life. Entendi. Fomos passageiros na viagem do desejo da vida... nada de racionalidade, sabe? O véio conseguiu dar uma hora (ou meia ou duas ou...) do que ele viveu a vida inteira.
Saiu e as calças caíam. Estava mais nu do que entrou. Nos vestiu com um pouco mais de vida. Levou gritos, aplausos, insanidade, arranhões e hematomas alheios. E quem é mais vivo?
E a crítica? Razão é repressão!
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Quando crescer quero ser jornalista OU a epopéia do GIG Rock
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Ponto de nulidade opinativa, nem prá lá e nem pra cá
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Aprecie com moderação.
Cheguei na Bienal e era segunda-feira. Os visitantes foram substituídos por trabalhadores, é dia de manutenção.
Mulheres limpam tudo, homens preparam novas obras, a multidão de belos carros continua enfileirada e esperando os que estão ali sem massa nas mãos. Uns trabalham, outros ordenam. O mundo não muda muito dentro dos museus e dos pavilhões que abrigam a arte contemporânea que contesta a realidade.
A visita vai ter que esperar. A percepção da realidade fica pra amanhã. Ou talvez eu não apareça mais por lá... O tempo é curto, preciso pensar no meu trabalho, nas minhas aulas, nas minhas horas de lazer de vazio intelectual.
Mas milhões de reais investidos devem me proporcionar pelo menos uma rachadura na cabeça por onde possam entrar alguns resquícios de conhecimento de tudo o que se passa no mundo. No mundo real. No mundo em que os moradores de rua dormem no chão e passam fome em frente aos mega eventos que visam a classe média/alta intelectualizada.
O artista pinta, esculpe, desenha, pensa, compõe. O jornalista denuncia, reclama, finge que se vê indignado. O morador de rua tenta continuar sua vida.
E os intelectuais pensam e apreciam.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
11:20 pm.
O último trem da noite se preparava para sair enquanto eu trocava um vale-transporte por 3 pacotes de balas de goma e um torrone com um companheiro de viagem. Seu José, Manuel, Ricardo, Aroldo me passava os doces e contava sua rotina. Tinha trabalhado o dia todo e enfrentado suas horas cansativas e perigosas na rua. Mas não há nada a fazer, ser ambulante é o que lhe sobrou. A convivência com a rua é a única forma de não viver nela integralmente.
Uma conversa sobre o mundo real, um papo que me agredia o estômago a cada plano contado com profundidade de campo infinita, onde cabiam milhares de vendedores como aquele, me fazia ter nojo do meu cérebro preguiçoso e cheio de vácuo intelectual referente ao que pode ser feito para que se mude a merda toda em que se vive. A cada frase eu me sentia mais alienado, mais ignorante ao que acontece no trem das 11 e 20 da vida.
O trem para e arranca. Acordo do devaneio com um adolescente comprando torrones para ele e suas amigas. Depois de três perguntas, consigo saber o porquê de sermos companheiros de viagem: são os mais novos contratados de um Mc Donalds de Canoas e se dirigem às suas casas. Felicidade e raiva tomaram o meu pensamento. Reféns do capitalismo ou sobreviventes com um emprego? Difícil escolher... Mas a sua essência ainda estava lá: fiz parte da partilha dos torrones, eu poderia comer junto com todos, sem nem mesmo ter falado meu nome.
Se foi a juventude. Ficou a experiência. O vendedor ambulante precisava vigiar o acerto do anúncio de qual estação estávamos. Erros aconteciam. Afinal, já descera muitas vezes na estação errada, o condutor errava algumas vezes. Mas e aí, como ele fazia para chegar no destino certo? As pernas pagavam pelo erro da grande organização.
E os carros continuam cheios de pessoas sozinhas nos bancos.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Cardápio (RU)
Chicória
Massa com molho
Bife
Arroz
Feijão
Laranja
Espetacular. Massa.
Entrei com a Coca na mão. De alguma maneira a propaganda ainda existe dentro de mim. De mim e do José, Josué, Josef. Belo dia. Dia de massa. Dia massa.
Fila grande, calor, risada. O pagamento e a servida se aproximam. O simbólico passa de mão em mão. Álcool gel em tempos de suínos ameaçados pela ignorância. Bandeja na mão e idéia na cabeça (assim é o povo, nada de câmera).
Chicória, arroz feijão, arroz feijão, mas... Acabou a massa.
(...)
Eu vou ficar aqui até a porra da massa chegar.
(...)
É assim. O ser humano só entra em crise e se mobiliza quando as suas necessidades básicas são atingidas.
Cuidado com a massa(,) classe média.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
oi
mas sei lá, é todo mundo tão idiota na real. ficam aí pagando pau pra uns malucos babacas, num misto de vergonha alheia e decepção. ficam falando umas merdas absurdas e se achando os fodões engraçadões. pior que se fosse eu, taria fazendo o mesmo, se pá. ou não também, sei lá. às vezes prefiro minha vida sem talentos mesmo. sem expectativas, sem cobranças. não quero ser o cara mais engraçado, o músico revolucionário, o poeta à frente do meu tempo, o escritor de clássicos da literatura nem nada. tá, ainda quero ser o john hartson, mas o futebol tá em outro plano por enquanto. só quero fazer por fazer, quando minha vagabundice deixar. vai ver tô ficando meio indie demais, mas foda-se. agora eu sei que eu curto o que eles fazem, mas não quero ser igual a eles. idiota por idiota, prefiro minha própria idiotice, mesmo que eles façam coisas mais legais.
Fodam se os críticos ou "A chinesa" do Godard
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Antropofagia e Resistência
porém, foi ai que comecei a pensar. uma das minhas principais características quando penso, é justamente uma resistência quanto ao que me falam que devo gostar. tu tem que gostar de chico buarque. foda-se, não conheço e não gosto, ponto final. tu tem que te identificar com a cultura brasileira. foda-se, não conheço e não gosto, ponto final.
mas então, depois de definir que o meu conceito de cultura brasileira (rural, nordestina papapapa) era fruto do senso comum, decidi buscar dentro do brasil, aquilo que corresponde aos meus interesses culturais, ou seja, algo urbano, marginal, subversivo, inteligente, moderno. e porra, te digo que o brasil corresponde de maneira surpreendentemente positiva nesses aspectos culturais.
e realmente, a partir do manifesto antropofágico, todos aqueles que foram inteligentes o suficiente para produzir obras de impacto cultural profundo, se utilizaram dos métodos propostos pelo oswald. bossa nova, tropicália, mangue beat, só pra ficar na música.
Lixo no shopping
O Sonic Youth vai tocar na capital. O patrocinador quer uma sede só. Quem sabe, sua sede é só por divulgação, a cultura que se foda...
Como moro fora do “eixo do rock” no Brasil, tomei o transporte coletivo de Porto Alegre indicado por Josef e fui comprar a dose de rock gringo do ano. Era um shopping bonito, tudo verde aconchegante, banheiros automáticos (eles se molham, te molham e te secam pra agradar... fazem tudo só por aproximação). Um lugar quase perfeito.
Existem as lojas.
Existe um bairro pobre há pouco tempo do lindo BarraShop. Boatos correm que os pobres são expulsos do lugar. O lugar é limpo todos os dias.
Não era boato. Eu andava para sair do estacionamento quilométrico e um brutamonte de moto falava com 3 crianças e seu combo bolacha/refrigerante. Mas era só impressão. Quando cheguei perto vi que eram gritos que saíam da boca do motoqueiro do mal. Um segurança exemplar do lindo lugar mandava os pivetes saírem do gigantesco estacionamento. E gritava! As crianças não podiam andar no cordão da calçada. Elas não deviam amarrar os tênis. Elas só tinham que sair logo dali.
Passei a caminhar por cima dos cordões e por cima da grama. Eu podia! Era incrível como a minha idade e a camiseta da UFRGS do meu amigo nos deixavam ser infantis! Tão infantis que ficamos comentando indignados e querendo gritar com o segurança ignorante, dizer que ele estava cometendo um crime, mas nada fizemos.
Mandei o cara se foder quando ele me olhou esperando aprovação ou querendo me colocar medo, o capacete me impossibilitava de ver o inimigo. Ele falou pra eu voltar e falar o mesmo na cara de novo.
Peguei o ônibus.
O show é em SP. Lá se usa a desculpa de que o pobre rola pelas escadas e depois se carrega o corpo no lixo. No lixo produzido pelo shopping.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Um canal passa as fraturas, o sangue e a cura dos machucados causados por acidentes físicos. Outro, a comédia não baseada.
Quem sabe algum possa falar de artistas...
Tela desligada. Ambiente mais preenchido.
A frequência é melhor ouvida, o entendimento chega mais perto, as comidas tem mais sabor e as viagens são mais reveladoras.
(...)
Desligue a produtora e vá produzir.
domingo, 13 de setembro de 2009
Skol - A cerveja desce redondo
Me lembro de tomar Skol com meus amigos no segundo ano, quando eu tava treinando meu organismo pra tomar cerveja, até aquele ano eu ficava só nos destilados (hoje não existe nada além da ceva). Num dia que a gurizada se junto pra aquela galhofa de fim de semana, tragoléu violento. Abri uma redonda, senti aquele fedor característico, convenhamos Skol fede que é um mijo. Comecei a tomar, não tava acostumado com o amargor e o peso do gás no estômago. Fui tomando, me arrastando em umas e tentei acompanhar um cara no número de cervejas. parei na metade das dele, na de número 7. Me levantei, bambiei bonito, dei um coice na cadeira de plástico, sem querer é claro. Me dirigi até o banheiro e acompanhei de outro plano de existência o caminho de volta da cerveja. Skol desce redondo e acreditem camaradas, sobe também. Mas enfim, escatologias à parte, voltei ali pra zona de bebericagem, e tava bem demais, sério, tava sóbrio que nem um juiz, tomava mais umas 7, só que não. É que, amigo, Skol tá foda. Skol já não é mais a mesma, bem na real tá uma bosta. Bebe xixi que dá no mesmo. Nota 2, porque te deixa bêbado. E digo mais, quem bebe Skol manja de POUCO A NADA. Skol Beats já é oooutra história.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Trensurb.
Fume um, pegue um trem e ouça a nova arte dos macacos.
Humbug.
Pegue no Mercado e acabe onde os trilhos não levam.
Não desligue enquanto a viagem não terminar.
Olhe pra rua.
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Silêncio da imprensa gaudéria depois do Grito.
O MC5 que tocava nos meus fones de ouvido não foram capazes de abafar o Grito dos Excluídos que tomava conta do lugar. A passeata que saiu da frente do antro de safadeza e pouca vergonha, o Palácio Piratini (quem dera fosse Pirata), cantava pela vida e pela melhoria de toda a situação social de merda que o país enfrenta.
A merda incluía o governo Yeda. É incrível como ainda se precisa chamar atenção para isso, mesmo depois de todo o país já saber de onde vem a casa da madame Crusius... E os mass media ainda ficam no acusa/não acusa...
Procurei incessantemente por membros dos grandes e duvidosos membros da grande mídia do Estado e não tive muito sucesso. Parecia que já tinham visto o bastante e ido para as suas redações aproveitarem o conforto dos seus ares-condicionados. Só me pergunto, condicionados a que?
Em meio a essa séria pesquisa de campo, só consegui achar um número inacreditável de policiais, todos com uma falta de expressão nos rostos. Talvez quisessem sorrir, mas não podiam. Estavam todos parados olhando pessoas pacíficas manifestarem suas dores de cabeça, enquanto descansavam das suas, não precisavam prender, bater, matar, revistar... Mas ninguém nos jornais comentou. Já o comentário “imparcial” de que a manifestação atrapalhou o trânsito e “esquecer” a posição da manifestação em relação ao governo do estado, o maior veículo de comunicação do Rio Grande não deixou de colocar em seu site. Mais um caso de “esquecimento”. Quanto alzheimer...
E o boneco da Yeda que foi queimado? Eu lembro de ver em todas emissoras do país uma réplica mal feita de algum ditador do Oriente Médio queimando numa manifestação longe daqui... Já o daqui, eu só lembro do cheiro e da fumaça, porque notícia ou foto só saiu na minha imaginação até agora.
*Realmente quero que o final desse post não tenha sentido amanhã e o povo de todo Rio Grande do Sul saiba que existe manifestações e problemas em seu estado.
Mais informações em: gritodosexcluidos
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
O Didi morreu (...)
Algum tempo atrás na fila de uma confraternização diurna durante a noite, fiquei amigo de um mendigo e ele cantou Psycho Killer dos Talking Heads.
Hoje descobri que outro mendigo fez um vírus de internet falando que o Didi tinha morrido.
Hoje o Didi apareceu no Fantástico, “a sua revista eletrônica”. 50 anos de carreira que nada. Ele pegou o vírus.
As mentes livres sempre foram as mais interessantes.
Deixe as massas. Chega de tantos carboidratos.
Ainda sou um estudante da vida que eu quero dar.
“Acordei numa tarde quente e nostálgica numa época em que eu era a pessoa com o grande corte na parte de cima da cabeça. O cérebro ficava exposto ao vento e ao que passasse perto dela. Os pensamentos, imagens e gostos escapavam para a rua e se tornavam realidade. Os livros ainda precisavam ser lidos, as músicas escutadas e os filmes assistidos pela primeira vez. Tudo era mais interessante.
Decidi gastar em hotéis, dirigir pelas melhores ruas da cidade e de fora dela sem ter destino; beijar desconhecidas, desconhecidos, beijar quem eu amo, bebericar álcool em suas variáveis, ingerir substâncias que me abrirão as portas... Aceitei a ordem do clima do dia e fui viver meus 30 e poucos anos de novo.
Sumi. Morei em lugares que as pessoas não me percebiam e eu era mais um na multidão que sobrevive os seus melhores anos.
Mas a mídia me achou. A maior empresa de “Comunicação” do país encontrou a minha felicidade e chutou seu peito. O seu peito. O meu peito e o dela. Emoção e ódio. Sou um coitado, fui capturado pelo sistema inescrupuloso e ditador de novo.
O que me resta agora é usar isso pra ganhar um dinheiro, dar umas entrevistas, ser lembrado.
É... voltei aos meus 63 anos.”
Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes (já não mais apenas Belchior)
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
80, 90, 2000. 70!
Crying Lightninig, o primeiro single do disco Humbug dos Arctic Monkeys, vazou na internet há alguns meses e logo fui averiguar qual era a da nova vibe dos caras. Achei foda, era algo mais sombrio, caótico e sério. Tudo bem longe daquilo que rolou nos primeiros discos da banda.
Tudo bem, como um fã das primeiras produções, eu tinha à primeira vista aprovado a produção do vocalista do Queens of the Stone Age, Josh Homme, e do produtor que já havia trabalhado com os macacos no Favourite Worst Nighmare, James Ford. Mas ainda faltava ouvir o resto do disco. Logo consegui mais três músicas e foi aí que fiquei um pouco em dúvida se tinha gostado do que ouvia. Achei cafona. Cornerstone me pareceu um country feito por uma banda de rock com novas influências de bandas psicodélicas. Secret Door parecia um aviso aos fãs que a banda não ia mais parecer uma reunião de anfetaminados tocando para deixar quem assistia da mesma forma.
Mas o disco ainda não havia chegado. Ouvir músicas soltas está bem longe de entender uma obra.
Só baixei o disco completo por volta de um mês antes do lançamento oficial (viva a internet!), tão grande foi o baque da mudança brusca na sonoridade dos Arctic Monkeys. Fiquei uma semana escutando e tentando entender a coisa toda. Comecei a catar influências e entender sonoridades. Mas ainda me faltava algo.
Tinha sido um dia interessante, entorpecentes leves ocupavam o meu sangue e a minha conduta e aí talvez alcancei o que os ingleses de Sheffield pensavam na composição de Humbug. O hype cominha para uma tendência noventista na sonoridade das bandas, depois dos anos 80 terem tido o seu espaço nos anos 2000. Os caras parecem ter voltado no tempo e feito tudo à base de um pensamento setentista regado a psicodelia, timbres mais pesados que oscilam com pianos bem colocados e um clima caótico por trás de tudo isso.
Um disco que para ser entendido merece a abertura de portas.
Downloads:
Torrent
* O Amarelo Tráfico começará a tratar de música e cultura em geral a partir de agora. Sempre com um foco mais pessoal e verdadeiro, sem seriedade ou falsa análise. Resenhas? Procure sites sérios.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Manifesto do Direito de Tossir
Estou subindo as escadas da minha querida faculdade quando, de súbito, os meus pulmões que, coitados, sofrem abusos diários seja lá do que for, resolvem dar aquela reclamadinha. Uma tosse singela, carregada, porém h1n1 negativa. Automaticamente, viro um criminoso.
Olhares de canto de olho, meninas que até me comprimentavam passam longe e até comentários do tipo "bota uma máscara, guri!" me cercam por todos os lados. Em tempos de pandemia não dá pra brincar né?
Me transformei num pária de uma sociedade em pânico.
No ínicio, até me constrangia. Tentava fugir dos meus reclames bronquíticos para tentar preservar minha imagem de saudável perante as senhoras que, todos os dias, me acompanham no ônibus até o hospital Ernesto Dorneles. Coitadinhas, já devem sofrer de males inimagináveis como fibrose cística e gota, ainda tendo que se preocupar com um guri tossindo no fundo de sua locomoção.
Mas aí me bateu: eu não tenho a porra da gripe! Então pra que tentar preservar as velhinhas? Como se a minha tosse nicotinal pode machucar alguém, que não sejam os músculos do meu abdômen.
Aceitei de braços abertos meu novo papel adquirido nesses tempos de dawn of the dead-pigs. Vou ser o vetor de denúncia da histeria comedida, tossindo o mais alto possível em todos os ambientes públicos que puder. Já me acostumei com os olhares de revesgueio mesmo, tudo que eles me causam é uma gargalhada interna de puro sadismo dessas pobres criaturas que irão correndo para casa se banhar em álcool-gel.
Por isso, meu Manifesto do Direito de Tossir. Por que a subversão não precisa ter um papel de cabal importância para o declínio do establishment todos os dias. Apenas uma risadinha na cara de vocês já basta.
Mas agora eu me pego pensando, quando que essa minha tosse vai parar??
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
FABICO e RBS: um caso de amor inexorável (L)
Protestos nas ruas, manifestações de ódio, barricada na frente da faculdade!!
Que nada, a FABICO nada mais é um do que um reflexo de todas as patologias que acometem nossa sociedade. Apatia, ganância, preguiça e BURRICE!
"Como posso ser idealista? Vou morrer de fome!"
Se não quer morrer de fome escolheu a profissão errada MANÉ! Quer ganhar dinheiro com a consciência limpa, vai fazer engenharia e não enche o saco. Pelo menos ninguém vai ter que te ouvir falando merdas escritas por interesses que tu desconhece completamente.
Me chamem do que for, chato, arrogante, metido ou qualquer outro adjetivo escolhido especialmente para escantear aqueles que não vendem a alma por um piso salarial qualquer, afinal, minha lógica é a do pensamento marginal; escrevo num blog cujo mote é subversão e chinelagem e hipocrisia é um atributo que nunca me atraiu.
Clamo solitário, porém convicto de que o que faço é certo. Se não acreditam, leiam o periódico AMARELO TRÁFICO, a ser impresso em breve e distribuído pelos corredores da nova filial da zerohora.
E nesses tempos de campanhas bombásticas multimídia, eu lanço a minha: #foraRBS
domingo, 9 de agosto de 2009
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
devaneios desconexos depostos de des...
terça-feira, 4 de agosto de 2009
ócio pelo ócio
1,2,3 foi!:
é fácil sentar num floco de milho e ficar esperando sua van chegar, mas sinceramente, prefiro mil vezes as vias da manguetown sulina (ou suína?) encarangada de frio, numa noite em que os meus neurônios, já não tão inteiros assim, deveriam estar se comportando como coelhos fissurados, trepando enlouquecidamente e gerando mil e uma idéias (com acento) por filhotes ou no mínimo uma mera noção do que estou supostamente lendo. ao contrário, sento na mesma cadeira de sempre, e na rotina sufocante do f5 me tranco no fundo da improdutividade mental, proporcinada com glórias e festejos de minha parte, mas que as vezes se torna insustentável por uma fagulha de consciência, como essa que agora me acomete, que faço questão de afogar naquele velho rio que todos conhecemos, chamado sequela.
poderia escrever muito mais, mas como o exercício não melhorou muito a minha situação, vou continuar ali coçando no sofá, que pelo menos assim eu não tomo o tempo de vocês em vão.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Ouvintes de lancheria.
Eu deveria pegar uma comanda. E não peguei. Eu deveria pegar de novo. E não peguei.
No final, vinha a cobrança, mas eu não queria pagar. Sairia como se nada tivesse acontecido, afinal eram um chikenburguer com queijo e uma lata econômica de fanta laranja. Nada demais, não era motivo para alarde, apenas uma alimentação.
Vou sair sem pagar. Que isso, não faz isso, que falta de escrúpulo! Mas isso é uma subversão ao comércio. E daí? meu pai tem um comércio, tá? Isso é uma grande empresa, só vou estar fazendo um pouco do que eles criam,,, roubo de um para dar a outro,,, no caso estou dando a mim.
VOZ ALTA. O que tu comeu mesmo? foi um chikenburguer e uma fanta laranja, né?
Fui obrigado a pagar. A minha relação com o capitalismo ladrão cheio de lucro foi esclarecido para todos que tinham ouvidos.
Ainda bem que muitos tem ouvidos. Pena que não os usam com sabedoria.
“Oo, Adriano, tá me ouvindo?” já diziam os bons ouvintes.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Reflexão
Aula de teatro.
Eu falei de arte contemporânea, de cachorro, de pessoas e de hipocrisia e passividade.
Falaram sobre música pop, de dicionário, de fotografia e de hipocrisia e passividade. A sociedade é hipócrita e passiva!
(..)
Falaram de eucaliptos, de comércio, de propaganda, de história e de abordagem midiática. Era neutra.
Discordei!
Interrompi quando achei que não conseguiria mais ouvir tanta bobagem.
Opinião minha.
Mas eu deveria ficar quieto, parar de dar chilique. Palavras das que falaram sobre o nicho da senhora Spears. Estavam completando mais um dos módulos da escola de atores.
Atuarão junto àqueles mais ricos e famosos nas novelas da vida. Fingirão piedade, revolta, tristeza.
Deixarão as dificuldades pra quem as tem, sem as sentir de verdade.
O distrito dorme com poucos personagens reais. Sempre.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Sábado, 11 de julho (aproximadamente 70 milhões de anos atrás) – Terça-feira. Domingo, 12 de julho de 1967 – Quarta-Feira.
Digerindo. Ficando nu.
Chave na fechadura. Já não está mais emperrada...
Luz na cara. Frio no corpo e mal-estar. A câmera já estava ligada, mas tocavam duas músicas ao mesmo tempo. Eu sozinho dentro de casa com o frio da rua a me incomodar. Mas um libertino veio me libertar. Era um anjo do mal que só fazia o bem. (Câmera lenta na viagem para receber o calor da rua.)
Ar quente de bons sentimentos. Pista lotada. Dança multicolorida e psicodelia em preto e azul. Tudo acontecia. Nada acontecia. Saí voando. Flutuava. Tudo ao nível do chão. Ao nível do super-vão que estava abaixo de todos. Foi nesse que todo mundo caiu. Vi aquilo e decidi cair também. Me joguei onde todo mundo se jogava e tudo ficou mais azul. O branco se tornava mais azul e psicodélico. A câmera não parava de se mover. Os Libertines tocavam bem alto no meu ouvido da direita, enquanto o New Order sintetizava o da esquerda. A câmera girava até a metade da sala e voltava para cobrir a outra metade. As roupas se molhavam exaurindo a falta de vida.
Pessoas importavam demais. Mulheres não importavam. Homens não importavam. Importante mesmo eram as pessoas. Umas estranhas. Muitos amigos e... Quase todas estranhas. Elas me olhavam com caras de quem achava normal ver um bêbado numa festa. Mas eu não estava bêbado! Era tudo um aprendizado. O cérebro decidia alguma coisa e vinha alguém e abria a minha cabeça para arrancar a idéia de lá. O malfeitor devolveu o meu asco contra ele com um abraço que pareceu um soco na cara da minha consciência. Ele devolveu uma das coisas...
Perdi tudo naquela noite. Ganhei uma das coisas mais maravilhosas da minha vida. Eu finalmente percebi que não sei nada. Percebi que tenho preconceitos, tenho pouca credibilidade, tenho poucas boas idéias de verdade, tenho pouco conhecimento musical, tenho algemas que me impedem de flutuar pelo mundo. Mas finalmente vi um videoclipe de dentro. Aquilo tudo era um videoclipe que tratava de uma vida inteira na idade da pedra, na Era dos Dinossauros. Nós éramos os dinossauros que usavam as raízes que saíam dos dentes para se fixar no terreno e nas pessoas. Andávamos em carros movidos com os pés e com a força animal. Com a nossa força.
Já hoje a tecnologia está mais adiantada. O Brasil já trocou de nome. Agora se chama Brazil. Cheguei na década de 60 nessa tarde. Peguei um jipe com os amigos e fui comemorar a vida. Outro videoclipe. Antes havia rodado um sobre uma bandinha de adolescentes. Ontem locações mais caras me levaram para o Rio de janeiro. Mas hoje vivi no Woodstock genuíno dos anos 60 e seu amor pelo rock. O vocalista confirmou... Eu já sabia que ele comentaria do ano, li sobre isso mês passado num almanaque dos melhores eventos dos anos 60 em Porto Alegre. Naquela época aconteciam uns eventos culturais sensacionais, com mostra de filmes e tudo mais. Na mostra de 67 eu vi “Alguém está Batendo na Porta”. Baita filme doido. Drogas, sexo, adolescentes... Videoclipe de banda de rock de verdade.
Mas eu descobri a viagem toda. Olhei na programação do cinema. Em 2009 esse filme foi exibido, mas era só uma reprise. Eu sabia... Estamos nos anos 60, vivendo os 15 minutos pós morte. A vida passa na minha frente. Assim como aconteceu nos 15 minutos anteriores. E nos outros... Nunca vivi. Só no infinito... Vivi enquanto estou morto muito mais do que quem acha que anda vivo por aí.
Isso não foi pela festa, pelo show, pelo filme. Tudo começou com uma mordida e terminou com um nascimento... Transei perigosamente com a vida e tudo terminou com a porta aberta atrás de mim. Eu morri. E parece que então entendi a vida.
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Uns dormem, outros dormem e a maioria só pensa em dinheiro.
O Michael morreu. Já são quase duas semanas de manchetes depois dos praticamente outros 50 anos de muitas outras. Testamento, cancelamento de shows, corpo pra cá, corpo pra lá... E agora mais essa de cerimônia cheia de personalidades para o velório. 90 minutos de transmissão mundial. Uma linda homenagem que está custando por volta de US$ 137,5 (R$ 270) a US$ 999 (R$ 1,9 mil) para quem quiser estar presente no evento. Uma quantia pequena para quem é fã de verdade.
P. morreu. Uma manchete no jornal local dizia que o menino era morador de rua e estava sem sua família quando morreu na sarjeta sem nada para comer. De 2 a 3 minutos são gastos para ler a matéria do jornaleco. De 1 a 2 reais são gastos para comprar a informação. Uma quantia razoável por um pedaço de papel, sem soluções.
Os valores estão nos seus lugares. A importância dos fatos faz todo sentido. O jornalista escreve por dinheiro. O sucesso vem em primeiro lugar e a preocupação social é coisa de gente chata que gosta de fazer os outros pegarem no sono. Seria o cúmulo da sonolência jornalística dar mais importância a uma criança que morre de fome do que ao ídolo do pop... Ironia...
Talvez por isso, a Era do Gelo 3 bate recorde enquanto os documentários sobre problemas sociais que eu nem fiquei sabendo do nome sofrem para serem exibidos nos cinemas. Culpa de quem? Minha, tua e de toda a corja que acha que é jornalista.
terça-feira, 23 de junho de 2009
Notas de uma noite na sarjeta
Levemente embriagado cheguei à porta da perdição. Não pagaria pra entrar. Estava lá a convite da falta de vergonha e da sequela. Nada de extraordinário, era só mais uma noite normal. Mas resolvi esperar um pouco... O clima estava agradável e a sarjeta pedia uns goles derramados que escorreriam pela roupa. Nada de muito pesado, uma cerveja bem gelada resolveria a ânsia. Antes quem sabe uma olhada nas mulheres que caminhavam na rua. O lugar anda movimentado como nunca, gente que não pertence àquilo habita agora aquelas ruas e usufrui de coisas que não gosta. Anseios diferentes trouxeram toda aquela gente. A propaganda, a hipérbole e o sensacionalismo devem ir para o céu e deixar o submundo, o subsolo em paz.
Serafin me acompanhou e barganhávamos beijos em troca de risadas. Mas a multidão de necessidades estúpidas trouxe o que não devia. A frivolidade superou o que importava naquele lugar. A popularização, a multidão tinha tomado o lugar. Garrafa e cacos na barriga. Sangue em troca de dinheiro. Tudo invertido. Num passado não muito longe, o sangue se enchia com o que tinha na garrafa e o dinheiro não importava tanto. Mas o pseudo-assalto só era o início das consequências ridículas da popularização das atividades noturnas daquela parte da sarjeta de porto alegre.
Enfim a cerveja. Bebemos para estancar o sangue fino cheio de álcool. Mas foi como fechar um lado do problema e o outro sair em disparada como uma besta enfurecida e burra. Skin Heads ou algo que valha corriam na nossa direção com garrafas na mão e violência na ideologia. Uma barbárie total. Gente apanhando, vidros quebrados e correria em todas as direções. Nada de felicidade, nada de engraçado como deveria ser. Só a realidade comprovada com os porcos correndo depois que tudo já tinha terminado. Como que para fuçar onde só existem restos...
A perdição não aconteceu. Só a perda. Não há mais “Independência”. A massa tomou conta... Hakim Bey tem toda razão. As Zonas Autônomas são temporárias...
quinta-feira, 18 de junho de 2009
"Com licença, o senhor é burro, analfabeto ou cheira peido?"
domingo, 7 de junho de 2009
Só pra que você nos entenda
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Bando de joão, bando de iguais.
Eu só quero o diferente, ok, a moda é tentar ser diferente, mas não é esse o diferente que eu quero, quero o espírito diferente, a alma incomum, não quero simular alternatividade nem falsa intelectualidade, prefiro a calma, que também mostra distinção. E com a tranquilidade plena e um copo de cerveja bem gelada, estou pronto para subverter. Risco todos os padrões dos quais eu deveria seguir, gosto de ser eu, inédito. Enquanto alguns simulam padrões, eu digo que não! E negando os estereótipos, negando os iguais, eu me faço diferente. Mas ei! Não vá achando que só porque tu difere de 80% e é igual a 20% que pode ser considerado diferente, essa diferença ainda segue um padrão. Quero a diferença completamente inédita, não importa que tipo de roupa tu veste, que jeito tu fala ou que livro tu lê. O que importa é o que tá na cabeça. Isso sim, faz das pessoas umas distintas das outras.
E com a esperança de que a todas as pessoas - e não só os culpados - possam subverter, aqui estou eu.
Prazer, Surrealysta.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
então me diz ai: quem é viuvinha de quem aqui nessa merda?
ps: não posso deixar de citar a contribuição do meu estimado colega dr. dep, que inconscientemente me inspirou nesse post.
terça-feira, 2 de junho de 2009
Subversive-se
- Amarelo Tráfico...
- Que porra é essa? Subversão? Onde?
- Aaaaaa, tu não está vendo a subversão? Vai tomar no cu então. Tá melhor assim?
- Foi mal. É que a letra preta no fundo branco me cegou.
- Foda-se.
Enfim, pequenos diálogos internos deste que tão marginalmente vos fala. Que somos nós? Ou quem. Somos os culpados. Carregamos a culpa da novidade, da falta de simpatia pela forma constante e comum do agora e do passado. Somos culpados por esta tímida, não, covarde, forma de mudança. Mas não estamos nem aí, tudo tem um começo. Quer dizer, eu não estou nem aí, me recuso a falar pelos meus colegas. Ninguém deve botar palavras na boca de outro. A partir de agora falo por mim, como integrante do amarelo tráfico, mas segmentado, único e subversivo. Subversivo porra! Aqui pelo menos, fujo à regra da camaradagem e do bom senso, mas tenho plena consciência de que é isso que procuramos: o debate e a discordância. Subversão, não sei o que é. Também não ligo pro significado etimológico-dicionarístico. Só o que eu sei é que nós devemos debater, nos debatermos. O mundo quer sempre que sejamos parte da ordem, do rebanho. E não me entenda mal, não sairei do rebanho escrevendo estranho num blog maluco, mas você sim. ME PERGUNTA SE EU TÔ CERTO! PERGUNTA, CACETE! Não sei, óbvio que não meu amigo. Mas eles esperam que você saiba, na verdade que pense que saiba. Mas, faça uma pergunta a mais, e o sistema vem abaixo. Você acha que sabe? Bem, quem acha alguma coisa não sabe merda nenhuma. Tem que ter certeza, e ninguém tem certeza de nada. Haja o que houver, nunca se contente com a primeira resposta.
Aqui acabo minha apresentação. Muito prazer, trafico inteligência, mas não uso, pra não me viciar.
Subversive-se e duvide de mim.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
quem é turbozé de castro neto?
sábado, 30 de maio de 2009
Viva o fiMgimento!
Entrei na sala e só tinha alunos da pós graduação. Grande coisa, pensei, tem tanto professor meu que fala de palestras e só faz de conta que sabe alguma coisa mesmo. O pessoal que estava lá devia estar achando que começava a entender das coisas ,mais ou menos como eu, só que em maior escala... Cheguei a achar que conseguiria entender bem a palestra tanto era o meu engano. Sentei num bom lugar e segui falando merda com os colegas que também esperavam o início da tarefa de entender toda a apresentação sobre... Bom, não sei bem sobre o que tratava a falação do professor de uma universidade do RS...
Começou. Passaram-se alguns minutos e eu já estava olhando a minha volta se as pessoas entendiam o que o cara dizia. Ele citava uns autores conhecidos e outros que eu nunca tinha ouvido falar, mas tudo parecia não mudar: eu entendia apenas uns 20% das ligações e das explicações, parecia um chapado de éter. Era “segundo fulano”, “o pensamento de não sei quem”... Realmente fantástico ver o cara falando. Não parava nunca e eu ainda tentava entender o início de tudo...
Burro. Só pode... Mas então começou a parte de perguntas e respostas. Fizeram uma pergunta bem simples no início e o palestrante respondeu falando uns 10 minutos. Tudo bem, ele queria responder bem. Mais uma pergunta e outra resposta igual. Comecei a ficar nervoso, a objetividade tinha levado um bico na bunda e ficado chorando do lado de fora. Terceira pergunta... Resposta que não tinha respondido porra nenhuma. O final “não sei se respondi bem a tua pergunta”só veio para confirmar isso. Mas então eu entendi! A palestra funcionava da seguinte forma: um fazia que sabia o que estava fazendo, muitos faziam que entendiam e alguns percebiam o que realmente estava acontecendo, mas ficavam ali sem se manifestar...
As palestras nas universidades são realmente parecidas com o governo Yeda.